A negação da existência de Deus por vezes é acompanhada do raciocínio segundo o qual ninguém o viu, e, portanto, Ele não existe. Ninguém diria que o som de uma melodia não existe, pois ninguém a viu. Em suma, essa é apenas uma, dentre tantas objeções contrárias à existência de Deus.
Não podemos conhecer as coisas visíveis pela audição, tampouco as audíveis pela visão. A impossibilidade de ver o audível ou ouvir o visível não implica na inexistência daquilo que vemos ou ouvimos. Assim como há seres audíveis ou visíveis, ou seja, seres cuja existência podemos conhecer por meio da visão ou audição, também há seres inteligíveis; seres cuja existência podemos conhecer por meio de nossa inteligência.
No entanto, não basta possuir visão ou audição para conhecermos o visível ou audível, tampouco é necessário que tais sentidos sejam bons. É preciso usá-los adequadamente. O mesmo raciocínio se aplica a tudo aquilo que se pode conhecer através da inteligência. Assim, Deus é um ser, porém não visível, mas inteligível. Sua existência não é questão de crença, mas de conhecimento.