A campanha antitabagismo está tornando as pessoas mentalmente doentes. Frequentemente se ouve alguém dizer: “preciso parar de fumar”. O cigarro foi transformado em bode expiatório. Todos os males físicos e psicológicos que o fumante pode apresentar têm sua causa atribuída ao desgraçado hábito de fumar. Se ele adoece é por causa do fumo, nunca em razão de outras circunstâncias. Mas o fumante é uma pessoa como outra qualquer e pode adoecer como outra qualquer.
Nem todo hábito pode ser considerado vício. Porém geralmente o hábito de fumar é tratado como vício em si mesmo. Não há qualquer senso de proporções nesse julgamento. Ao contrário, tratam sem diferenciação pessoas que fumam demasiadamente e pessoas que fumam moderadamente. Além do mais, o hábito de fumar não pode ser considerado em si mesmo inconveniente, uma vez que a inconveniência não está intrinsecamente na ação, mas no modo de ação. Fumar é uma ação, fumar em ambiente fechado, por exemplo, é um modo de ação inconveniente.
A prova de que o hábito de fumar não causa necessariamente males graves à saúde pode ser constatado pelo fato de haver um considerável número de pessoas que fumaram por longos períodos e não adoeceram. Então, se há risco do fumante adoecer pelo fato de haverem fumantes que adoecem, igualmente deve ser dito que há risco do fumante não adoecer pelo fato de haverem fumantes que não adoecem.
A lógica da campanha antitabagismo é a seguinte: você deve parar de fumar porque hipoteticamente você pode adoecer em função do hábito de fumar. Verdade. Porém, hipoteticamente a gente pode adoecer em função de qualquer coisa que a gente faça inclusive evitar o hábito de fumar. Enfim, o resultado da propaganda antitabagismo tem consistido em transformar fumantes saudáveis em não fumantes deprimidos e paranoicos.