A Farsa da Lógica Antidesarmamentista

Segundo a lógica antidesarmamentista, armas não matam, pessoas matam. Com este raciocínio pretendem defender o suposto direito de um cidadão portar uma arma de fogo. Conforme o mesmo raciocínio poderia ser dito que bomba atômica não mata, pessoas matam e com isto defender o suposto direito de uma pessoa portar uma arma de destruição em massa.

Outro argumento usado é a de que o problema do porte de armas é o fato da arma estar nas mãos de quem a usa para matar, logo a arma poderia estar nas mãos de quem não a usa com este propósito. A questão é que o fato da pessoa hoje não possuir nenhum propósito de matar alguém não resulta na conclusão de que ela jamais a usará para este fim. Ademais o problema do porte de arma de fogo não está apenas no propósito que a pessoa tem de possuí-la, mas nas consequências trágicas do fato de possuí-la.

Também alegam que outros objetos também podem ser usados para matar, como a faca, e nem por isto a venda de facas é restrita. Aqui falta apenas um pouco de senso das proporções. O poder de destruição de uma arma de fogo é incomparavelmente superior ao poder de destruição de uma faca. Qualquer assassino sabe que é mais fácil assassinar suas vítimas com um revólver do que com uma faca.

Tanto os desarmamentistas quanto os antidesarmamentistas procedem de forma análoga, de um lado exaltando os benefícios de se possuir uma arma de fogo ignorando seus malefícios, de outro exaltando seus malefícios ignorando seus benefícios. A questão não está entre armar ou desarmar a população, mas a quem beneficia ou prejudica toda a campanha do armamento ou desarmamento.