Nenhuma moeda, estritamente falando, tem valor. O valor está naquilo que você produz mediante o teu trabalho. Toda essa história de que o dólar vale mais que o real é puramente alegórico. Não é o dólar que vale mais que o real, mas sim a riqueza produzida por meio do trabalho de quem recebeu esse dólar é que é mais valorizado do que a de quem recebeu aquele real. Em suma, essa diferença de valor só mostra que há mais riqueza produzida lá do que aqui.
Assim, não é a moeda que ganha ou perde valor, mas sim o que criamos por meio do nosso trabalho. Não é o real que está perdendo valor, mas nossa mão de obra. A gente que tem produzido cada vez menos, e o que temos produzido tem tido cada vez menos valor. Talvez a gente devesse receber mais pelo que a gente produz, mas certamente deveríamos produzir mais do que temos produzido, como prestar serviços de melhor qualidade.
A emissão de moeda não gera por si mesmo inflação, uma vez que o processo de criação de riqueza opera a todo instante sem cessar. Também não bastaria ser puramente emitida, deveria cair diretamente na conta bancária de cada pessoa, e tal deveria aumentar substancialmente seu consumo para que a razão do aumento generalizado nos preços fosse o aumento da demanda. E se não bastasse, todo processo produtivo deveria cessar.
Em outras palavras, se você tem exatamente o mesmo número de bens e uma oferta maior de moeda, sim, você precisará de mais moeda para comprar os mesmos bens. Só que esse cenário não existe, porque uma riqueza abundante é produzida constantemente o que gera um processo deflacionário, o que no final das contas equilibra a balança.
A suposta inflação ou aumento dos preços tem mais a ver com aumento de custo e tributação do que com emissão de moeda. Por acaso você aumenta o preço do teu produto ou serviço tão somente porque soube que mais moeda foi emitida? As motivações são outras, e é pouco provável que seja pelo fato de haver aumentado a demanda por tal.
É o sistema de crédito que torna possível a existência de tantos negócios, da geração de tantos empregos, e de tanta riqueza. Quando você pega um empréstimo, de duas uma: ou você usa para melhorar tua vida e a vida do teu semelhante, ou você usa para melhorar apenas a vida do teu semelhante. O primeiro cria um negócio potencialmente próspero, o segundo usa tudo em consumo e se endivida, porém terá gasto tudo no teu negócio ou de outro.
Por fim, não é o governo que emite a moeda, se o fizesse não existiria dívida pública, tampouco necessidade de tributação. É uma força oculta e maligna que sustenta esse sistema e é responsável pelo maior esquema de lavagem de dinheiro que existe no mundo.